Resenha do Livro O Semeador de Ideias – Augusto Cury

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Resenha do Livro O Semeador de Ideias – Augusto Cury




Nome do livro: O Colecionador de Lágrimas
Autor: Augusto Cury
Edição:1°ed.
Editora:Academia de Inteligência - 2010
Número de Páginas: 268


Um homem poderoso – Mellon Lincoln – bilionário. Dono de algumas das empresas mais rentáveis do mundo, sofre perdas irreparáveis e torna-se um colecionador de lágrimas. Despedaçado, sai em busca dos porões da sua mente e da sociedade dos seus sonhos.

“Todo homem, cedo ou tarde, e de alguma forma, desmorona. Não tenha medo quando o mundo desabar sobre você, não tenha medo quando soterrarem suas sementes. O maior favor que se faz a uma semente é sepultá-la. Somente assim surgirá uma floresta.”

Médico, psiquiatra e psicoterapeuta, Augusto Cury é um dos autores mais lidos no Brasil nos últimos anos. Já publicou 30 livros e, atualmente, sua obra é editada em mais 60 países, adotada em diversas universidades e usada em teses de pós-graduação em múltiplas áreas como psicologia, sociologia, pedagogia e filosofia.
Os livros de Augusto Cury trazem como marca principal suas teses e formações na área da Psiquiatria. São livros direcionados para nossos conflitos internos – para nossa alma e mente – e nossas lutas com nossas escolhas e as imposições da sociedade.
O primeiro livro que li de Cury foi Pais brilhantes, filhos fascinantes. Lembro-me que eu tinha 14 anos e me apaixonei pelo modo que ele escrevia e falava das coisas. Sem rodeios e delongas. O discurso era direto com os problemas emocionais. Ia no cerne da confusão humana – A mente – lidava perfeitamente com nossos dilemas e mazelas existenciais. Augusto Cury tocava a alma com suas palavras.
Comecei vorazmente a ler os livros de Cury. Ele era da área da Psicologia que mais admirava: Psiquiatria. Normalmente, profissionais dessa área trabalham com os problemas emocionais e não só com o comportamento humano. São amantes dos dilemas humanos e estudiosos dos detalhes da mente humana.
Na saga O vendedor de sonhos, Cury passa por todos os calabouços de nossa existência. Incorpora em Mellon Lincoln, uma mega empresário que faz do seu trabalho, seu deus pessoal. Trabalha dia e noite e esquece de quem mais ama e precisa dele – sua família – e não percebe que o tempo não espera por nós e muito menos que percebamos nossos erros e corrigimos.

“– Como resolver a minha solidão? A saudade dos meus filhos me despedaça. Beijos, abraços, afagos, entregas, diálogos, atitudes tão simples, mas insubstituíveis. Viajei o mundo, percorri todos os continentes como um conquistador para descobrir que o que eu mais precisava, eu já possuía. E não valorizei.”

Peço licença à Augusto Cury e utilizo de suas palavras: “um Dom Quixote moderno que percorreu o mundo lutando contra os fantasmas que o assombravam.”
Mellon Lincoln era dono da MegaSoft – uma das empresas mais bem sucedidas do século XXI – a empresa faturava bilhões em um ano. Lincoln tinha transformado a empresa que seu pai deixou como herança em um Mega Empreendimento. Tinha se transformado no maior empresário da época. Era um dos 10 homens mais ricos do planeta. As pessoas os idolatravam. Todos seus funcionários queriam ser como ele.
Um homem de grande fortuna, mas de gostos simples. Casado com a doce Lauren e pais de dois filhos – Fernando e Julieta – ele era um homem de sucesso em todas as áreas de sua vida, ou melhor era isso que ele pensava de si.
Mellon era apaixonado pela sua família e fazia de tudo para dar conforto e tudo mais que sua família necessitasse. Ele queria estar perto deles, mas com Presidente da MegaSoft e acionista em diversas empresas não tinha muito tempo para eles. Era tomado por toda sua responsabilidade. Tinha mais 100mil empregados sob seu controle. Era domado pelo seu poder. O sucesso tinha cobrado seu preço: Sua vida.

Decidiu então tirar um tempo para seus amados filhos e esposa. Marcou uma viagem com a família para conhecer a Floresta Amazônica. Estava tudo certo e combinado. No momento do embarque algo acontece:

Filhos, sinto muito, tenho de viajar para o Oriente Médio urgentemente. Preciso me reunir com os príncipes do petróleo.”

Nisso, a funcionária da companhia anunciou a última chamada para o voo. Última chamada para o voo. Última chamada, últimos beijos, últimos abraços, últimos diálogos, último encontro. Não teve tempo de reescrever os textos da sua história. Entre ele e sua família ficaram um eterno silêncio e um vazio inexprimível.
Sua família tinha sinto levada para sempre. O avião que estava com sua família tinha caído num ponto de difícil acesso na Venezuela e tinha explodido. Sem sobreviventes.
Seu mundo caiu. Todo seu dinheiro não traria de volta quem amava. Tinha perdido sua vida.
Ele entrou em colapso. Estava em depressão. Definhando rapidamente. Não estava mais controlando suas emoções. Tinha falhado como pai. Como Homem. Como Marido. Tinha perdido todo seu motivo de viver. Fora julgado e condenado pela Vida.

Sei que o Artesão da existência pode perdoar as loucuras dos homens, e quem sabe as minhas também. Mas, o meu problema é eu mesmo me perdoar.”

Alimentava-se diariamente da culpa, do remorso. Estava perdido em si mesmo. Fora controlado por quem o invejava. Não sabia que não houvera um acidente, mas um ato terrorista. Alguém que o odiava muito tinha tramado para mata-lo, mas sua família que morrera.
Tinha sido traído pelos melhores amigos. Experimentou a dor da perda. Seus filhos se foram. Não teria como mudar sua história. Perdera a mulher da sua vida.
Entrou em crise existencial. Sofrera outro atentado à sua vida. Fugiu e acreditaram na sua morte. Escolhera viver pelas ruas. Tornara-se uma escória para a sociedade. Com suas dores, começou a se tornar compartilhador de seus ensinamentos. Ganhou admiradores. Tornou-se um Mestre. Era agora o Semeador de Ideias.

“A sociedade é hipócrita. Contribui para formar personagens agressivos e depois os exclui do seu interior como lixo, como se jamais tivessem pertencido a ela.”

Sua história fora contada por Júlio César, doutor em Sociologia. Grande professor na Universidade que era mantida pelo poderoso Mellon Lincoln ( O Mestre). Porém, esse professor era pequeno diante suas emoções. Tinha seus problemas emocionais. Simplesmente não sabia era. Estava transtornado. Encontrara no Mestre, fonte para alimentar sua mente e encontrar a liberdade.
Nessa caminhada de ensinamentos, os leitores se apaixonam pelo Mestre e suas lições. Desafios para nossas vulneráveis mentes. As emoções chegam ao apogeu. Certezas tornam-se incertezas diante as confissões dos personagens.



Com uma dose de drama, romance e autoajuda, O Semeador de Ideias nos proporciona uma viagem sem precedentes pelas partes mais obscuras de nossa mente. Encontramos a nós mesmos nos personagens e seus traumas. Descobrimos o caminho para nossa paz e liberdade. Aceitamos nossa condição de Humanos. Entramos em conflito entre a Realidade e o que a Sociedade impõe.
Reviravoltas. Descobertas de maiores traições. Novas chances. Recomeços. Amor. Liberdade. Perdão. A Humanidade desnuda de sua perfeição. Como um pintor de frente com sua tela branca e com suas tintas ao lado, Augusto Cury apresenta nossa imperfeição. Mostra as masmorras de nosso cérebro. Apresenta os porões e sótãos de nossos sentimentos. Após uma fantástica viagem com os livros da coleção Mestre dos Mestres, Cury nos convida a viajar pelas terras mais escuras e temidas da alma humana.

Pois no dia em que entender se tornará um vendedor de sonhos.”


Joanice Oliveira
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