As relações humanas são
tão fortes em seu início, mas tão frágeis em seu decorrer.
Cheias de promessas em início,
mas facilmente quebradas em seu andamento.
Nutrimos sentimentos das
quais não conhecíamos outrora e agora fazem parte de nossa existência e
permeiam toda nossa vivência diária com as pessoas.
Somos movidos por esses
sentimentos, que se tornam alimentos diários aos nossos corações e motivo de
dores as nossas mentes.
Nessa dualidade nosso
espírito está em conflito. Na fase anterior ao momento de conhecimento e antes
do entrosamento de duas pessoas, éramos espíritos independentes e cheios de
ideias de aventuras e afins, com o firmamento do relacionamento somos agora
atraídos pela estabilidade. Somos amarrados pela dualidade entre liberdade e
prisão.
Só no Amor encontramos
tamanha contradição. Quando se ama se anseia por liberdade de nossos
sentimentos, mas aprisionamento do objeto de desejo. A paixão parece não
combinar com a razão. Essas parecem inimigas mortais na existência humana. O
símbolo do Amor é a Loucura.
Dizem que só os loucos
sabem amar. Será mesmo? O Amor é uma palavra sem definição palpável ou
definitiva para os seres humanos. Tudo que sabemos é através de nossas
experiências e essas por sua vez nos colocam entre a Cruz e o Calvário.
Nunca se leu um romance onde
apaixonados fossem sãs e que baseassem suas atitudes e palavras na racionalidade.
Parece que o Amor impõe a criação de um código social para si. Parece vim de
algo superior a nós. Desconhecido. Desperta estranheza e semelhança com nossos
espíritos.
Quando amamos somos
libertos das amarras sociais e forçados a deixar nossas máscaras caírem. Nesse
jogo somos todos iguais. Diante o Amor somos apenas crianças. Não importa
experiência. O Amor sempre nos colocará em situações diferentes.
Só no Amor encontramos o
significado de DEPENDÊNCIA. Outrora éramos revolucionários. Amantes da
Liberdade. Espíritos aventureiros. Agora enlaçados pelo Poderoso Chefão – O Amor
– nos tornamos criaturas famintas pelo outro. Dependentes da presença do (a)
amante. Criamos a necessidade de estar com o outro.
Na presença do objeto de
desejo encontramos nosso destino. O Amor e a Dor não só rimam em versos
poéticos, mas ironicamente relacionam-se em suas funções. Só na dor
compreendemos o real significado do Amor.
O Amor cria laços
duradouros. Liberta mentes anteriormente presas pelos contratos sociais, em
mentes livres para a criatividade e a espontaneidade. Corpos sedentos pelo
calor humano. Mentes famintas pelo Novo. Corações necessitados de Carinho.
Espíritos que gritam por paz e compreensão.
Não há sentido pleno da
nossa existência fora do Amor. Há compreensão dentro da incoerência do Amor. Só
nele reside a paz dos Homens Armados.
A ausência da pessoa
amada é a prolongação do nosso sofrimento. A distância a causa da loucura. O
cessar da voz é rejeição. Só há paz na presença não só física, mas espiritual.
A voz do amante é coro
angelical para quem ama. O abraço do ser amado é alívio ao corpo. Segurança para
os apaixonados. O Eu te amo torna-se palavra de compromisso e sentença para a
eternidade.
Amar é Dualidade. Paradoxo
da Vida. Ambiguidade romântica. Inspiração para os romancistas. Alívio para os
espíritos. Vida para os corações. Desafio para a Razão. Cura para a alma.
Sentido para nossa existência.