Título:
O
Horror em Red Hook e Outras Histórias
Autor:
H.P.
Lovecraft
Editora:
LPM
Ano:
2012
Sinopse:
Por trás do mundo visível há labirintos tenebrosos que escondem horrores desconhecidos. Feitiçarias antigas e rituais dos mais sinistros se misturam num caldeirão que exala o odor pútrido do mal. Esse é o universo de H. P. Lovecraft. Conhecido como o inventor da moderna tradição da literatura de horror, o autor imprimiu sua marca no gênero nas primeiras décadas do século XX, deixando de lado fantasmas e bruxas e imaginando a humanidade se curvando a um universo caótico e sombrio. Desenvolvendo uma mitologia própria, criou histórias nas quais a realidade e o pesadelo são separados por um fio tênue. Este volume reúne “O horror em Red Hook”, “Ele” e “A tumba” – um de seus contos mais famosos –, relatos nos quais a experiência do medo está próxima de uma fascinação temerosa.
Lovecraft é um dos
maiores escritores do gênero suspense, terror e horror, porque escrevia
autênticas obras que permeiam nossos medos, horrores e pesadelos mais sombrios
através de culturas extremamente antigas e rituais que ultrapassavam a
realidade humana.
O
Horror em Red Hook conta a história do oficial da Polícia
de Nova York, Thomas. F. Malone que mora na cidade de Chepachet depois de
perder o equilíbrio mental na maior cidade dos EUA.
“Ele tinha a visão
celta profunda para coisas misteriosas e ocultas, mas o olho rápido de um
lógico para os visivelmente céticos; [...]”.
Malone sempre fora um
homem de convicções morais e religiosas abertas e posicionamentos centrados e
justos diante seu trabalho. Lutava que a cidade fosse limpa de toda
marginalidade e obscuridade que marchasse a paz e a tranquilidade dos moradores
de Nova York. Com uma reputação invejável e impecável é convocado a participar
de uma operação especial no distrito de Red Hook. Não sabia ele que esse
convite seria sua sentença de loucura e muitas perdas.
“Red Hook é um
labirinto de esqualidez híbrida próximo à antiga zona portuária e de frente
para a Governor’s Island.”
Red Hook era uma
periferia esquisita e assombrosa. Parecia que o Mal habitava aquele lugar. Os
atores sociais daquele lugar aterrorizavam com suas aparências tenebrosas e
convidativas para a entrada do Inferno. Malone sabia que aquela operação não
partia desse mundo, mas ultrapassava a barreira entre a Terra e o Mundo de dor
e sofrimento que era o Inferno.
Nesse cenário digno de
Clive Baker, o oficial se depara com uma figura bem peculiar: Robert Suydam que
era um recluso erudito de uma família holandesa antiga e humilde que do dia
para a noite se envolve com pessoas estranhas que trabalham com ocultismo e
religiões há anos sepultadas. Ele tornou-se maltrapilho, ausente e começou a
abrigar marginais e participantes de seus rituais em suas casas e vagar pelos
labirintos de passagens subterrâneas que estavam escondidos debaixo desse
distrito maldito.
Os familiares restantes
de Suydam tentam interna-lo, já que acredito em sua insanidade, porém perdem
vergonhosamente diante o júri quando Robert interpreta um homem capaz de
controlar suas faculdades mentais de forma exímia e após isso se afunda mais em
antros de podridão e degeneração humana até seu casamento com uma jovem linda
que termina na morte de ambos num cruzeiro.
Após as mortes
misteriosas de Robert e sua noiva, Malone é levada ao seu maior trauma que
culminou em perdas irreparáveis e que levaram sua existência amaldiçoada a
pacata cidade de Chepachet.
O que ele queria
esconder de todos? Por que escolheu ir para bem longe de seu lar e trabalho?
Que perda teve com essas descobertas horrendas e surreais?
O conto Ele nos aterroriza com a história de um
jovem que tem hábitos peculiares, como andar solitariamente sem destino certo e
observando pessoas e seu lado proibido e oculto de todos.
Numa dessas andanças,
ele se depara com um homem estranho e misterioso que lhe elogia dizendo que é
um rapaz de observação profunda, olhar altivo e intelecto avançado. O estranho
lhe convida para um lugar onde ambos terão encontro com o Destino e o Passado.
O jovem tentado e sendo levado por suas ambições enfreáveis, é conduzido a uma
casa bem distante de qualquer resquício de vivência humana.
A casa é escura e cheia
de mofo exalando podridão e cadáveres ali já enterrados, mas nosso impulsivo
narrador é indiferente a isso, esperando saciar sua curiosidade infernal sobre
aquele homem enigmático.
Após um momento de
estranha contemplação do estranho com nosso narrador, um sorriso diabólico
atravessa o rosto de nosso enigmático homem e jorra de sua boca um passado
mortífero e sanguinário que abala nosso jovem, porque traz alucinações
horrendas e dignas de Stephen King.
Quais seriam as verdades
enunciadas? Que pecados esse homem misterioso teria confessado para trazer a
sanidade ao nosso jovem narrador? Seria o homem, um demônio?
“Quem ou o que era
aquela criatura, não tenho a menor ideia; mas repito que a cidade está morta e
repleta de horrores desconhecidos.”
No último conto temos A Tumba que narra a história de Jervas
Dudley que é solitário e sóbrio em todos os momentos de sua pacata juventude.
Seus pais sempre
quiseram que Jervas fosse mais efusivo, festivo e social, porque parece um
homem destituído de carisma e habilidades sociais que o transformam em motivos
constantes de chacotas e murmúrios pelo vilarejo.
“Naquele caixão e
naquela câmara mortuária eles me prometeram que serei enterrado.”
Desde pequeno o jovem
leu e viu coisas que crianças normalmente nunca veriam e isso influenciou em
suas obsessões. Seu maior desejo é ser enterrado como um Hyde de verdade e isso
o leva a câmara mortuária dessa família que tem o sobrenome do doutor do livro O Médico e o Monstro.
Rico além do necessário
e desprovido de ambições sociais, o jovem numa de seus passeios diários é
levado ao mausoléu dos Hydes e começa aí a obsessão desenfreada de Dudley para
fazer parte dessa família que um dia fora importante naquele lugar.
“Não acredito que
estava aterrorizado, ou tomado pelo pânico, mas sei que fui completa e
permanentemente mudado naquela noite.”
Ele invade o lugar
mesmo sabendo que os moradores diziam que o lugar era assombrado e recebia
visitas constantes do próprio Diabo. Tomado pela insanidade e certeza que seus
ancestrais tinham uma conexão profunda com aquela família que já jazia
enterrada antes de seu nascimento, Jervas torna-se um visitante constante do
cemitério dos Hydes e tem contato direto com o oculto.
Será que Jervas
realmente era um Hyde? Por que ele queria tanto ser enterrado como outra
pessoa? Seriam alucinações as pessoas que falavam com ele naquele lugar? Qual
será o final de nosso jovem Dudley?
“Por uma semana vivi
todas as alegrias daquela sociabilidade sepulcral que não devo descrever. Foi
então que aconteceu a coisa, e me trouxeram para esta moradia maldita de
tristeza e monotonia.”
Lovecraft nos leva para
histórias de puro misticismo, transcendentalismo, ocultismo e insanidade
humana. Suas palavras parecem códigos de uma linguagem morta que invoca o
inacreditável.
Os enredos terminam
deixando margem para os leitores interpretarem da forma que acharem
conveniente, baseando-se em seus posicionamentos espirituais, mentais e morais,
porque nossos personagens normalmente representam fragmentos de Lovecraft que
tinha uma vida mundana, mística e curiosa para todos.
A escrita do autor é do
século XIX e XX que pode causar uma certeza estranheza e empecilhos, mas nada
que um dicionário não possa resolver.
Resolvi reler as obras
de um dos mestres do terror, porque esse ano quero dar mais atenção aos meus
autores prediletos que incluem Lovecraft, Poe e Sir Arthur Conan Doyle.
Não sou muito de ler o gênero mas assim que li a descrição do Malone desconfiei dele. Pelo que assisto em filme e séries do gênero sempre que tem uma pessoa acima de qualquer suspeita e que é muito certinha ela já está dois passos a frente de ser o suspeito. Deve ser um livro bem rápido de ler já que tem poucos páginas.
ResponderExcluirmemoriasdeumaleitora.com.br
Olá,
ResponderExcluirConfesso que não conhecia o autor e fiquei encantado com o assunto que ele trata no livro. Eu não sou chegado à contos, mas quando se trata de temas interessantes e que tê conteúdos, eu acabo me interessando. Achei fantástico a forma que o autor consegue pegar culturas e rituais antigos para trazerem à literatura contemporânea através de contos, amei! ♥
→ desencaixados.com
Amei demais o livro, o título já me ganhou, tem horror? Já quero! Kk e sua resenha é muito boa e completa, muito bom mesmo! Me deixou muito afim de ler ♥️
ResponderExcluirMEMÓRIAS DE UMA LEITORA
Oi Jô!
ResponderExcluirNunca li nada do Lovecraft, mas morro de vontade por ser um clássico de terror, ao lado do Bran Stoker (adorei Drácula) e do Poe.
A resenha dos contos me lembrou muito os cenários e o mistério dos contos do Poe e isso já é um ponto super positivo.
Estou curiosa quanto a Malone e Suydam.
Bj
Oioi
ResponderExcluirAmo Lovecraft e Horror em Red Hook é um dos meus contos favoritos do autor, até escrevi um roteiro inspirada nesse conto. Ele tem um clima de medo, tensão, loucura mesmo, aliás se eu não me engano NY tem uma região com esse Lovecraf odiava NY
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirOlha tem que ter muita coragem pra ler essas histórias. Confesso que li esse especial/resenha morrendo de medo. Esse gênero não é a minha praia. Não consigo ler de jeito nenhum.
Olá
ResponderExcluirGostei da sua resenha, porém fujo de qualquer história de terror ahahaha sou medrosa demais.
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirAdorei a sua resenha, esta bem detalhada, adoro uma boa história de terror, então claro que anotei a dica!
Um beijo.
Nossa Joanice, que nostalgia tu trouxeste, me lembro como se fosse ontem quando tive contato pela primeira vez com a internet sempre procurava textos de terror/horror, foi quando conhece Lovecraft e desde então sou perdidamente apaixonada, dica anotada flor!
ResponderExcluirBeijinhos
Oi, Joanice
ResponderExcluirAlguns finais de livros que terminam com as coisas no ar, às vezes me agradam e às vezes não. Esse livro ainda não conhecia, mas como não curto muito terror, não sei se leria. Como você elogiou, quem sabe leia futuramente, né!?
Blog Livros, vamos devorá-los
Oi! Investe mesmo nos seus autores favoritos. Não é meu gênero favorito - na verdade, corro dele porque sou impressionável demais - mas tenho este sentimento com outros escritores e sei o quanto a experiência de ler o que escreveram tem significado para mim. Parabéns pelo texto! Abraços!
ResponderExcluirOlá, ainda não li nada dele, mas já estou montando minha coleção com algumas de suas obras e pretendo começar a ler em breve!
ResponderExcluirBjs
Olá!
ResponderExcluirNunca li nada do Lovecraft, mas fiquei encantada com o livro. Quem sabe eu arrisque a leitura, mas em outro momento, pois agora estou cheia de leituras.
Oiii!!
ResponderExcluirEu não conhecia esse livro e não sei se leria.
Maaaaas eu amei sua resenha, trouxe diversos detalhes sobre o livro, achei interessante e curioso os finais ser aberto.
Parabéns pela resenha!
Beijinhos
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirConfesso que não conhecia o autor, pois não curto mt os gêneros de: suspense, terror e horror. A descrição dos contos ficou ótima e mostra a qualidade do trabalho do autor. Reler os autores que amamos é sempre bom!!
Bjs!
Fadas Literárias
Heiii, tudo bem?
ResponderExcluirAinda não conhecia O Horror em Red Hook e Outras Histórias, mas pelo titulo ja vejo que nao tem nada a ver comigo.
Eu tenho medo de coisas de terror e sabendo que a linguagem é um pouco dificil, tb nao me atrai tanto a ler.
Mas sempre é bom conhecer novas obras e esse com certeza vai cair como uma luva pra alguem.
A capa é legal, acho que ja da uma ideia pra o livro.
Beijos.
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Lovecraft não conheço muito bem, mas estou naquela vibe de ler livros de terror/horror e nada mais justo que conhecer algumas obras do autor. Dicas anotadas!
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirHorror e terror não são bem meu estilo, por isso não conhecia o autor e nem sua obra, apesar de seus comentários sobre a história, não me senti tentada a ler, deixo a dica passar.
Beijos,
entreoculoselivros.blogspot.com
Olá.
ResponderExcluirNão conhecia esse livro e também não curto muito esse gênero, mas fico feliz que você tenha gostado. Não curto terror, pois tenho muito medo hahahah Nem filme, série, nada de terror eu assisto. Espero que outras pessoas que gostam do gênero possam gostar!
Beijos,
Respire Literatura
Não tenho nenhuma vontade de ler algo do autor, não curto terror nem horror, e pelas descrições já sei que ficaria bem assustada... rs... fora que não gosto disso do final ficar aberto para o leitor interpretar como quiser, gosto de tudo bem fechado e explicado.
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