[Especial/Resenha] A Cor que caiu do céu – H.P. Lovecraft

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Título: A Cor que caiu do céu
Autor: H.P. Lovecraft
Editora: Iluminuras
Ano: 2003
N° de Páginas: 220


Sinopse:
Os elementos que constituem a rara arquitetura de H. P. Lovecraft estão presentes nos contos de ´A Cor que Caiu do Céu´. Acontecimentos aparentemente inverossímeis, mas sem dar lugar ao acaso, fazem o leitor transitar trilhas obscuras, onde o inominável faz sua aparição, pondo a perder toda e qualquer ilusão de segurança. Os contos encerram estranhas sensações, prendendo o leitor que, fascinado e devorado pelo pavor que se desprende destas páginas, luta com as personagens na corda bamba da sanidade. Seus mitos expressam a grandeza e o terror imemorial do universo, e ele conseguiu traduzir em linguagem e emoção as criações mais estranhas, mais aberrantes e simbólicas da imaginação ocidental.





“O local não é bom para a imaginação e não traz sonhos repousantes de noite.”

Nosso narrador encontra-se no oeste de Arkham para visita técnica do município para implantação de novos canais fluviais na localidade, porém o lugar parece assombrado não por fantasmas, mas pela imaginação dos moradores que restaram naquele local perturbador e demoníaco.

Nenhum dos nativos que aprofundar o assunto com o nosso narrador, porque evocar aquele “tema” é invoca uma entidade maligna e não pertencente ao nosso mundo. Por isso, ele decide falar com o morador mais antigo e “louco” de Arkham, Ammi que conhecia muito bem as lendas folclóricas que envolviam a “charneca crestrada”.

Ammi só conversa com nosso jovem contador de relatos, porque o mesmo diz querer saber o porquê dos visitantes, turistas e franco-americanos não ficarem naquela cidade. O velho conta que a cidade sofrera muito a chegada da “Cor” que desceu do céu e destruiu a vida da família de seu grande amigo Nahum.

Nahum era um homem religioso, simpático e caridoso com todos, porém algo muda quando o inverno chegou a cidade há 40 anos quando os Garden decidiram se isolar de forma melancólica e repentina de todos. Começaram então os falatórios sobre os possíveis motivos que levaram os Garden a se refugiarem em seu lar.

Ammi era a única pessoa que mantinha contato com os Garden quando coisas estranhas começaram a tomar conta da fazenda do amigo. Um pedaço de rocha fora encontrada no quintal de Nahum e parecia quente e diminuía de tamanho de forma assustadora. O mineral foi levado para ser analisado na universidade local, mas não durou três e despareceu. Nahum esquecera esse fato, mas a tormenta e a intranquilidade instalaram-se em sua casa quando a neurose tomou sua esposa e a ele próprio e estranhas mudanças no solo e animais de sua fazenda começaram a se tornar frequentes.

As árvores e o solo ficaram cinzentos, fétidos e imprestáveis. Depois ocorreram as mortes de animais, a contaminação da água do poço e o enlouquecimento da esposa de Nahum que foi trancada no sótão, porque não vivia mais como humana.

Coisas esdruxulas e inimagináveis demandaram a ocorrer constantemente naquela fazenda e a família Garden parecia amaldiçoada pela aquela rocha vinda do céu.

Será que era obra do demônio? Será que a rocha encontrada era mesmo de outro planeta? Por que somente a fazenda dos Garden foi afetada em Arkham? Você teria coragem de mora nesse lugar?

Lovecraft nos leva a uma narração detalhada e eletrizante, porque somos levados a levantar várias teorias que expliquem as mudanças estranhas na fazenda dos Garden e torcer para não ocorrer nenhum infortúnio para a família.

O conto é fala da linha tênue entre insanidade e sanidade. Demonstra que nem sempre a Ciência terá resposta para tudo que acontece diariamente com a Humanidade e resta apenas as nossas suposições teorizar a verdade.


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