[Cine Pipoca] Homem-Aranha no Aranhaverso

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Título Original: Spider-Man: Into the Spider Verse
Título em Português: Homem-Aranha no Aranhaverso
Direção: Bob Persichetti, Peter Ramsey, Rodney Rothman Roteiro: Phil Lord, Christopher Miller
Elenco: Shameik Moore, Hailee Steinfeld, Mahershala Ali, Jake Johnson, Liev Schreiber, Nicolas Cage, John Mulaney, Lily Tomlin
Duração: 117 min.

Sinopse:
Após ser atingido por uma teia radioativa, Miles Morales, um jovem negro do Brooklyn, se torna o Homem-Aranha, inspirado no legado do já falecido Peter Parker. Entretanto, ao visitar o túmulo de seu ídolo em uma noite chuvosa, ele é surpreendido com a presença do próprio Peter, vestindo o traje do herói por baixo de um sobretudo. A surpresa fica ainda maior quando Miles descobre que ele veio de uma dimensão paralela, assim como outras versões do Homem-Aranha
Homem-Aranha no Aranhaverso é uma obra que retoma a espetacularidade que qualquer pessoa pode se torna um super herói e que não precisa de muito para isso.
Miles Morales é um adolescente comum que mora no bairro do Brooklyn e é filho único de um policial e uma enfermeira. Ele estudava numa escola do bairro, porém seus pais não achavam que o lugar estava desenvolvendo todas as capacidades e habilidades intelectuais do garoto e por isso ele é transferido para uma instituição de elite e particular que na visão do pai dele - um homem bem protetor - seria melhor para a inteligência do garoto.

Evidente que Miles não consegue ser feliz ou se encaixar naquele lugar. Diferente do que seus pais imaginam, o jovem tem uma inteligência formidável, o que fica evidente em suas notas, porém tem um espírito livre e artístico como do tio. Essa semelhança entre tio e sobrinho leva o pai do adolescente a tomar medidas, porque ele sabe que seu irmão não tomou caminhos íntegros para sobreviver e acha que ele pode ser um mau exemplo para o filho e como é um policial opta pela prevenção.
Paralelamente a isso, o Homem-Aranha - o que conhecemos - está tentando impedir a evolução dos objetivos do Rei do Crime na criação de uma máquina que modifica as linhas do tempo e que tem o propósito de trazer a esposa e o filho do criminoso, entretanto a máquina acaba sendo sobrecarregada e a descarga liberada abre diversos multi-versos pela cidade e vários tipos de Homem-Aranha surgem em Nova York e no ponto desses acontecimentos, Miles já tinha sido picado por uma aranha radiotiva no subsolo enquanto pintava com seu tio.

Os multi-versos trazem o nosso conhecido Homem-Aranha antigo com esta numa decadência profunda porque está se separando da Mary Jane e engordando, temos uma garota japonesa - anime - que controla um robô, uma adolescente loira e descolada, um desenho animado em formato de porco - Porco-aranha - e um detetive que venho de um mundo em preto e branco e Miles que completa a equipe para lá de diversificada e assim deter o Rei do Crime e mandar todos aos seus universos.
Miles Morales é tudo que nosso original Homem-Aranha não é. Negro, artista e pronto para enfrentar tudo sem medo de perder a própria vida e apenas impedido de fazer as coisas pelo controle de seu pai e do primeiro Homem-Aranha. Ele ainda jovem e tem tendência a impulsividade e por isso não compreende alguns conselhos, porém sua teimosia é bem vinda, porque ela o leva aos melhores acertos do filme.

Quem conhece o Homem-Aranha sabe que ele é um adolescente branco que foi picado por uma aranha radioativa e tornou-se um super herói do povo que protege Nova York. Nessa versão temos diversas desconstruções acerca do personagem de Stan Lee. A primeira, Miles é negro e representa um dos maiores bairros com população negra dos EUA. Segundo a amiga de Miles também é uma versão do herói e nem de longe fora romantizada e fragilizada e o que recai na personagem de anime que tem uma inteligência impressionante e luta através de um robô e um tributo aos outros tipos de animações, como os quadrinhos - o filme é em quadro a quadro -, desenhos preto e branco e o tradicional traços infantis que começaram com o primeiro Mickey Mouse.
A ruptura de outro conceito equivocado dos super heróis e dos contos de fadas, do "felizes para sempre" é quebrado nessa obra porque o primeiro Homem-Aranha teve sua vida "perfeita" quebrada, pois acabou deixando seu ego ultrapassar o bom senso e perdeu a esposa, a motivação de seu trabalho e o brilho de viver e só encontra esperança quando se defronta com um adolescente que não tem medo de lutar mesmo que isso ceife sua vida.

Há um nítido diálogo entre classicismo e modernidade na qual mistura o tradicional e o atual. Uma mescla que representa bem a realidade da América - continente - e a quebra de velhos preconceitos em nossa sociedade e que conversa bem com a proposta de mostrar que o Homem-Aranha representa todos nós.

Homem-Aranha no Aranhaverso é uma obra que brilha com a mistura de cores e o efeito mágico dos quadrinhos e animações e que traz uma diálogo importante sobre aceitação e representatividade.





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