[Resenha] Magnus Chase e A Espada de Verão #1 - Rick Riordan

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Sinopse:
Às vezes é necessário morrer para começar uma nova vida...

A vida de Magnus Chase nunca foi fácil. Desde a morte da mãe em um acidente misterioso, ele tem vivido nas ruas de Boston, lutando para sobreviver e ficar fora das vistas de policiais e assistentes sociais. Até que um dia ele reencontra tio Randolph - um homem que ele mal conhece e de quem a mãe o mandara manter distância. Randolph é perigoso, mas revela um segredo improvável: Magnus é filho de um deus nórdico.

As lendas vikings são reais. Os deuses de Asgard estão se preparando para a guerra. Trolls, gigantes e outros monstros horripilantes estão se unindo para o Ragnarök, o Juízo Final. Para impedir o fim do mundo Magnus deve ir em uma importante jornada até encontrar uma poderosa arma perdida há mais de mil anos. A espada do verão é o primeiro livro de Magnus Chase e os deuses de Asgard, a nova trilogia de Rick Riordan, agora sobre mitologia nórdica.
Enredo:

Magnus Chase é um adolescente como qualquer outro, mas tem algumas exceções que o colocam em um patamar diferente dos outros: ele é um semideus, só que ele não sabe desse pequeno detalhe de sua existência.

Magnus perdera sua mãe há pouco tempo e fugira dos cuidados do seu tio Randolph, porque para ele o dia é um completo estranho, assim como seu outro dia, o pai de uma tal Annabeth que também queriam cuidar dele, porém ele queria distância de todos que criticaram o modo de vida de sua mãe. Agora ele morava na rua junto com seus amigos Blitz e Hearthstone que eram bem incomuns, todavia era uma família para ele.

A vida segue sua normalidade até seu tio Randolph começar a ir atrás de Magnus. Sua insistência é vista como perigosa e curiosa, porque fazia dois anos que Chase estava nas ruas e seu tio não o procurava e por isso o jovem decide buscar respostas para o repentino interesse nele. O que Magnus não esperava é ser envolvido numa perseguição implacável não somente do seu tio doido por mitologia nórdica, mas por uma figura estranha e forte que queria o garoto e a tal espada que ele dizia que Chase tinha.

Randolph conta que tudo que falam sobre os deuses nórdicos é verdade e Magnus é um personagem importante num acontecimento divino. Ele é o semideus que irá libertar a Espada do Verão. Chase apenas ri com aquela loucura, porém algo parece se encaixar, como as conversas de sua mãe e coisas estranhas que acontecem com ele. Será que tudo que seu tio está dizendo e esse monstro enlouquecido são verdades?

A verdade se revela quando Magnus Chase  é morto em combate e sua alma é levada para Valhala. Sua salvadora é Sam que é uma valquíria. O jovem então começa a conhecer mais sobre sua verdadeira origem e nem tem tempo de assimilar tudo porque é convocado para sua primeira missão como um semideus: levar a Espada de Verão para uma ilha misteriosa para consertar as correntes de um entidade mitológica que quer liberar o Ragnarok. 

Nessa empreitada Magnus sabe a verdade sobre a real identidade dos seus amigos, quem é seu pai e conhece divindades como o argiloso Loki e o desengonçado Thor e o louco por Power Point, Odin.

Personagens:

Magnus sem dúvida me conquistou.Pode ser um Chase como a Annabeth, mas nem de longe é prepotente como ela. É simples e humilde no quesito aprendizagem. Sabe aquelas pessoas que sempre estão dispostas e abertas a aprender? Esse é o Magnus. Pronto para ajudar e dar crédito quando não é ele que é o destaque da equipe. É imaturo, porém sem ser irritante.

Hearthstone é o elfo do quarteto dessa série. Ele tem deficiência na fala e por isso fala por linguagem de mãos e isso é um dos pontos altos da obra. O personagem em si é bem distinto dos demais, entretanto é tão forte quanto os demais. As dores que sofrera em sua casa paterna o tornaram inseguro, mas não tiraram dele um coração puro e pronto para ajudar quem ama. Muitas vezes chorei com seus sofrimentos, mas sua força ao prosseguir me deixavam admirada com sua esperança sem fim e tirando que ele é muito engraçado falando haha.

Blitz é o anão filho de Freya. Ele é um modista de mão cheia. Deem tecidos e ferramentas que ele faz qualquer coisa. Ele sabe se vestir bem e salvar seus amigos com as criações mais sofisticadas e esdrúxulas dos nove mundos. Os anões são conhecidos como rabugentos em todas as mitologias, mas o nosso querido Blitz é amoroso, carinhoso, preocupado, estratégico e também um pouco inseguro devido as insanidades de sua mãe.

Sam é uma adolescente como Magnus, mas que é uma valquíria que trabalha nas horas vagas para Odin. Ela também é filha de Loki e por isso é vista como não confiável por vários seres nos nove mundos, principalmente em Valhala. Ela é muçulmana e isso é facilmente identificável em suas vestimentas e comportamento diante vários acontecimentos. O interessante é que ela convive bem com seus dogmas religiosos e os deuses nórdicos.

Desenvolvimento:
Antes de ler essa série, Os Olimpianos era minha série favorita. Os Heróis do Olimpo foi minha decepção, já que achei muito fraca e focada demais em romance e no Percy e Annabeth, mesmo a série tenho outros seis semideuses.

Quando iniciei esse livro que comprei num sebo, já percebi a diferença de amadurecimento. Enquanto em Os Olimpianos temos um Percy emotivo e desequilibrado com problemas de obediência e importância das regras, aqui temos um Magnus que analisa o contexto e compreende quando tem algo mais no que lhe pedem para fazer. O novo semideus aqui é racional e emocional nos momentos certos e quando erra não tenta justificar suas falhas. Ele ouve a repreensão e evita esse erro.

Há obras que a todo custo querem militar onde não precisam ser problematizadores. Tio Rick consegue naturalizar até o que ainda é sensível em nossa sociedade. Por ser professor e estudioso na área de educação inclusiva, Riordan traz personagens diversos não só fisicamente, mas culturalmente, psicologicamente e religiosamente.

Sam é uma mulher forte, mas não deixa de ter sua vulnerabilidade mostrada com naturalidade. Blitz que é um anão resmungão também chora sem medo de ser chamado de "fracote". Hearth com suas limitações físicas mostra sua força intelectual e equilíbrio emocional. Magnus mesmo sendo um semideus sabe ouvir e ouve com vontade de aprender e ser um herói distinto de Hércules e da indiferença e pragmatismo dos deuses de qualquer mitologia.

Temos uma história juvenil, mas personagens tão sensatos e verossímeis que somos incapazes de não nos apaixonamos com suas atitudes e discursos. Aqui temos sim imaturidade, porém sem aquela drama todo que o século XXI vem envolvendo a juventude e os transformando em vítimas de suas próprias histórias e não os fortalecendo para a crueldades da sociedade.

A história é fluída e antes mesmo da metade do livro, eu já tinha encomendado os outros dois livros, porque os acontecimentos são ricos em detalhes e o tom crítico e cômico se transformam num misto gostoso de se ler. Não pense que Rick escreve roteiros bobos e sem profundidade. Tio Rick critica preconceitos, segregação social e tudo mais com uma sensibilidade que beira um sociólogo bebendo uma cervejinha contando piadas num bar.

Final:

A obra termina com uma abertura para o segundo, mas já nos introduzi novos personagens e uma missão perigosa porque envolve o amado e odiado Loki.

Terminei o primeiro em dois dias e já finalizei o segundo que adianto é incrivelmente melhor que o segundo e tô me aguentando para não pegar logo o último, porque sei que ficarei com saudade da série.

Parte Física:

Gosto das cores rosa e roxo que prevalecem nessa ilustração do primeiro livro, porque combinam com o crepúsculo que imagino que ocorra bastante em Midgard, ou seja, a Terra-Média ou vulgarmente conhecida como Terra.

As folhas são amareladas e cada começo de capítulo tem um detalhe que lembre um lobo, porque essa figura é destaque nesse volume.

Magnus Chase é a mostra que fórmulas podem ser aprimoradas e ampliadas para outros contextos que saiam do puro entretenimento e aliem diversão e reflexão.
Título: Magnus Chase e os deuses de Asgard: A Espada de Verão #1
Autor: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
N°de Páginas: 448
Onde comprar: Amazon

 
Comentário(s)
5 Comentário(s)

5 comentários

  1. Eu não consigo me interessar por esses livros do Rick Riordan. Fico feliz que tenha gostado tanto, mas confesso que continua não sendo o tipo de leitura que irei fazer. Em uma série acho super importante que o autor traga essa questão de ganchos interessantes para os próximos volumes

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  2. Acredita que nunca li esse livro? A premissa dele é muito boa e vendo sua resenha, tem um bom contexto, mas não é algo que me chame tanta atenção :( Gostei de saber mais sobre a obra do seu ponto de vista.

    Beijos,
    Blog PS Amo Leitura

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  3. Olá!!!
    Eu não li nada do Rick e esse ano pretendo ao menos ler Percy Jackson o primeiro volume porque uma amiga falou muito bem do mesmo. Quando eu tava lendo a sinopse realmente achei que era um Percy só que com outra mitologia, mas vi que o autor amadureceu e transformou algo que poderia ser o mesmo para algo melhor.
    Adorei a resenha!!!

    lereliterario.blogspot.com

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  4. Olá, tudo bom?
    Também li as outras duas séries do Rick e fiquei bem decepcionada pela segunda, pelos mesmos motivos que você, por isso não tinha muita vontade de ler essa série do Magnus. No entanto, agora lendo sua resenha e sabendo que a série é muito mais madura e o personagem mais desenvolvido, anotei aqui para dar uma chance. Quem sabe não acabo gostando também? ♥
    Beijos!

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  5. Já li a trilogia e simplesmente adorei! Já vi que vc gostou do segundo, espero que goste também da conclusão! Eu amei!
    Bjos
    Lucy - Por essas páginas

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