[Resenha] Abryel - Wellington Pinto

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Título: Abryel – Livro 1
Autor: Wellington Pinto
Editora: Chiado
Ano: 2014
N°de páginas: 168


Sinopse:
Dois universos com dádivas distintas. Um evento desestabiliza a ordem. Cabe a um etrusco restaurar a paz. Não há piedade. Resta desolução.
O equilíbrio entre dois mundos foi afetado. Dá-se início à Trilogia Paralela.
O Mundo Paralelo coexiste com sua irmã gêmea em outro plano, ambos necessitam estar bem e a ruína de um pode representar a falência de outro. A ele foi dada a dádiva da tecnologia e a nós coube a magia. Deus não permitiu que um possuísse ambas as maravilhas, pois temeu que a criatura almejasse tornar-se maior que o criador.





Um dos menores livros que já li, mas com uma complexidade extrema e o leitor tem que ficar atento a todas as falas dos personagens e principalmente observador a todos os acontecimentos que une os Universos paralelos que existem em Abryel.

O enredo é carregado de reviravoltas e acontecimentos que deixam o leitor desnorteado. Quando estamos nos recuperando de uma crueldade na página anterior, Wellington nos joga numa “cova de leões” na próxima página.

A história é narrada como se fosse um conjunto de relatos dos personagens que estão participando de um mundo pós-apocalíptico. A construção desses relatos é simples, mas bem original. Não há falhas no encaixe de relatos de personagens que nunca se conheceram, devido viverem em séculos diferentes, mas os acontecimentos em seus países são interligados para o surgimento do Universo Paralelo.

Começamos a história com um jovem chamado Cícero. Ele é aluno de Direto, gosta de praticar esportes e mora no Rio de Janeiro. Até bem aí, tudo bem. Entretanto, quando a mãe de Cícero não volta para casa, descobrimos que o planeta não é mais o mesmo. A Terra tido sido invadida por seres não identificados e detentores de uma crueldade sobrenatural. Seres de estaturas enormes, albinos e com olhos carregados de ódio, se é que posso classificar que aqueles “demônios” tinham algum sinal de ter sentimentos.

Cícero vive num mundo pós-apocalíptico e só nos damos conta disso quando ele sai na rua e descreve que prédios viraram apenas escombros e fumaça. Que corpos estão jogados aos montes pela rua e a devastação é o cenário maior de seu planeta.

Não há mais jornais, rádios, internet ou qualquer meio de comunicação funcionando. Cícero encontra uma jovem de 15 anos chamada Tamara perdida na rua. Tinha perdido seu pai e não sabia se ele estava vivo ou não. Eles formam uma dupla e começam a tentar sobreviver, não somente em um cenário surreal, mas com medo dos próprios semelhantes. Os seres humanos surtaram e começaram a matar sem ter motivos. Matam sem dó ou misericórdia. Aqui vale a Lei do mais Forte.

 Paralelo a esse mundo surrealista, somos levados a outros “participantes” do Projeto “Evoluir”. Isso mesmo. Cícero é considerado um ser humano de inteligência alta, fértil e forte. Outros personagens são de nível de Q.I médio ou baixo. Essas informações vêm no topo de cada capítulo, como se eles fossem seres sendo examinados por alguma coisa ou algum ser não humano. Nisso percebemos que tudo não passa de uma experiência, mas o livro é apenas o primeiro da Trilogia Paralelo.

Aparece sobreviventes nos EUA e Ásia. Dois homens e uma mulher. O americano é um recém-separado que decidiu “Recomeçar” sua vida após a esposa o trai. Estava tendo um encontro com uma latina linda e maravilhosa quando o mundo perdeu seu juízo. Pessoas começaram a matar as outras, tomadas por um ódio sem precedentes. Seus olhos pareciam perder a vida. Se alguém já assistiu Fullmetal Alchemist pode se lembrar dos olhos dos Homúnculos que aparecem nos capítulos finais do Anime. É igual ao que eles descreveram nos seus relatos.

Além desses relatos pautados no nosso século, temos um curioso relato de um jovem oriental que vive em algum país perto do Oriente Médio, mas dois mil anos atrás. É um jovem chamado Aita que vive no ano de 476 a.C. Ele vive um dilema: Tem que se casar, mas nunca encontrou uma mulher à altura da sua nobre família. Ele era um príncipe e queria se casar por amor. Um tempo depois encontrou uma estrangeira e se casou. O maior erro de sua vida. Ela nunca foi quem ele pensou que ela era. Nessa escolha, os destinos de Aita se cruza com nossos personagens do ano 2199.

Terminamos o livro com anseia por mais. Wellington simplesmente termina na melhor parte. Estou obcecada pela continuação e louca para saber o que aconteceu com nossos sobreviventes após ataques fortes e mortais contra suas frágeises vidas.

Abryel é um livro de enredo simples, mas originalmente fantástico carregado de significados que apenas um leitor atento pode encontrar as palavras-mágicas que abrem o tesouro escondido na Trilogia Paralela.



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