#12MESESDEPOE: Janeiro e Fevereiro

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Olá amores, prometi no final de janeiro que faria resenhas( leia-se comentários) sobre os contos de Edgar Allan Poe que ando lendo( Relendo) para o Desafio de 12 Meses de Poe.

O conto do mês de Janeiro foi Metzengerstein e o de Fevereiro chama-se O Demônio da Perversidade.

Para quem não conhece Egar Allan Poe, ele foi um dos maiores escritores da língua inglesa e se imortalizou com suas obras com fundo obscuro e simbólico. Entenda que Poe tinha como marca o uso de melancolismo e tristeza profunda no sentido psicológico da palavra. Edgar sempre foi um talentoso escritor, mas  como pessoa era imprudente e imaturo e suas obras mostram que a depressão reinava em sua vida, devido a más escolhas que tornaram sua passagem por esse mundo terreno insuportável e doloroso.

Vamos aos comentários sobre os dois contos:

É uma obra de profundo melancolismo e drama. Nesse conto, nosso narrador é observador. Ele narra a história das famílias de Berlifitzing e Metzengerstein que são rivais de forma similar as famílias de Romeu e Julieta.

Existia um oráculo que afirmava: "Um nome elevado sofrerá queda mortal quando, como o cavaleiro sobre seu cavalo, a mortalidade de Metzengerstein triunfar da imortalidade de Berlifitzing." 

O Conde Guilherme de  Berlifitzing já era de idade bem avançada e nutria diariamente seu ódio pela família rival, mas nunca abandonava sua paixão por caçadas e cavalos.

Na casa dos Metzengerstein, o jovem conde Frederico aprendia a lidar com a perda de seus pais e entrar no mundo dos negócios, já que sua família era riquíssima e bem vista em toda a localidade.

O jovem Frederico tornou-se um jovem imprudente e mundano. Nutria sua vida com orgias, jogos, bebedeiras e tudo mais. Era rico e não necessitava de regras para viver. O que ironicamente acontece é ele se encantar por um cavalo de porte forte e profundamente misterioso. A partir daí, o jovem só é visto com esse animal. Esse cavalo parecia a encarnação do próprio demônio e junto ao jovem Metzengerstein, os dois pareciam o inferno na Terra.

Frederico tornara-se um demônio. Recusava convites para festas e tornou-se alvo para fofocas maldosas. Era taxado de depravado andando com aquele cavalo enviado pelo próprio Satã.

Nesse ponto o velho conde da família rival já morrerá misteriosamente em sua fazenda num trágico acidente e após isso o cavalo endiabrado aparece nas terras dos Metzengerstein. Destino? Coincidência? Vingança? Quem sabe.

O final evidente que não vou contar, mas Poe mostra que emoções podem ser a ruína do ser humano. A voz do coração não pode ser a "mestra" de nossas ações. A dádiva da Razão nos foi dada para nos guiar e proporcionar uma vida equilibrada e saudável não só para nós, mas para todos  que estão ao nosso redor.



O Demônio da Perversidade em si não é um conto, mas uma conversa do interlocutor com seus leitores.

O narrador discursa sobre o "demônio" que vive dentro de nós.

Sabe aqueles desenhos infantis que aparacem o anjinho e o capetinha para tentar orientar o personagem confuso? Bem o Demônio da Perversidade é o capetinha.

Aquela vontade de fazer maldade por puro prazer. A maldade é a antítese da Bondade, Tão pura quanto a Bondade.

Assim como temos tendência em fazer bondade sem querer nada em troca, temos a vontade de violentar alguém por puro prazer.

Pense: Quantas vezes você já não se imaginou ferindo alguém que acabou com sua paciência? Ou lhe humilhou? Não vai me dizer que nunca quis matar aquele professor que cisma em lhe perturbar com provas difíceis e assuntos chatos?  Nunca quis estrangular aquela pessoa preconceituosa que cruzou o seu caminho ou de alguém que ama? Ou melhor quem nunca quis a pena de morte para políticos corruptos?

Nosso interlocutor afirma que a Perversidade é o nível mais perigoso da maldade. Ela é plena. Só se satisfaz com a humilhação completa e a violência escancarada e sem limites. Matar por matar. Ferir por ferir. Violentar o próximo por puro prazer.

Entretanto, nosso interlocutor não parafraseia esse assunto porque foi pedido, mas porque viveu isso. Claro que não vou contar o que aconteceu, todavia nosso curioso narrador alerta que existem mecanismos que controlam nossa ânsia por perversidade, então é injustificável matar por puro prazer. Nenhum desejo de violência tem justificativa....ele fala isso por experiência adquirida.

 O próximo conto que será lido é Hop-Frog.
Até mais!
Beijos!



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