Título:
Suzy
e as águas-vivas
Autora:
Ali
Benjamin
Editora:
Verus
Ano:
2015
N°
de Páginas: 223
Sinopse:
Às vezes, quando nos sentimos mais solitários, o mundo decide se abrir de formas mágicas.Suzy Swanson está quase certa do real motivo da morte de Franny Jackson. Todos dizem que não há como ter certeza, que algumas coisas simplesmente acontecem. Mas Suzy sabe que deve haver uma explicação — uma explicação científica — para que Franny tenha se afogado. Assombrada pela perda de sua ex-melhor amiga — e pelo momento final e terrível entre elas —, Suzy se refugia no mundo silencioso de sua imaginação. Convencida de que a morte de Franny foi causada pela ferroada de uma água-viva, ela cria um plano para provar a verdade, mesmo que isso signifique viajar ao outro lado do mundo... sozinha. Enquanto se prepara, Suzy descobre coisas surpreendentes sobre o universo — e encontra amor e esperança bem mais perto do que ela imaginava. Este romance dolorosamente sensível explora o momento crucial na vida de cada um de nós, quando percebemos pela primeira vez que nem todas as histórias têm final feliz... mas que novas aventuras estão esperando para florescer, às vezes bem à nossa frente.
“[...] uma pessoa pode
se tornar invisível simplesmente ficando em silêncio.”
Suzy
e as águas-vivas é um drama juvenil que ensina sobre
amizade, esperança, diferenças que fazem das pessoas serem peculiares e
especiais.
Suzy Swanson é uma
jovem – criança – que tem 12 anos e sempre fora curiosa e sem limites para
falar – ela tem Hiperatividade – e gosta de estudar os assuntos mais peculiares
que uma criança poderia querer saber, como sobre animais, cadeias alimentares e
principalmente, águas-vivas após a morte de sua melhor amiga Franny num
afogamento durante as férias escolares.
“E porque, neste
momento, fazer uma amiga, e ter uma amiga, parece a coisa mais fácil do mundo.”
A vida escolar de Suzy
despenca depois que Franny não está mais ali. Não que as coisas estivessem
boas. Longe disso, porém elas eram amigas desde os 5 anos e sabiam tudo sobre a
outra. Uma era a Miss Frizzy – Suzy –
e a outra Menina Morango – Fran – e
andavam juntas para todos os lugares, mas os indícios da puberdade modificaram
essa amizade.
Franny começou a andar
com as meninas descoladas. Ela sabia sobre maquiagem, viagens, ria com a mão
tapando a boca, encarava constantemente os meninos com charme. Aquela menina
não era mais a Menina Morango que Suzy conhecia. As conversas nunca mais eram
interessantes. Fran não queria saber mais das coisas incríveis que sua amiga
pesquisava. Ela agora queria pentear os cabelos rebeldes de Su e dar dicas
sobre modas e saber quem era o crush dela.
Com o tempo as atitudes
ditas como infantis pelas outras meninas deixaram Suzy renegada ao patamar de
esquisita e imprópria para o grupo “seleto” e aqui o relacionamento de Su e
Fran termina. Um dia falavam horas sobre o Universo e agora, a Menina Morango
debochava de sua amiga. Humilhava com seus olhares e fazia coisas cruéis
simplesmente para ser aceita. Suzy não ver outra forma e se isola.
A morte de Franny
coloca Suzy num estado depressivo e de completa solidão. Ela sente-se culpada
pela morte da ex-amiga. Então ela bola uma teoria sobre a possível causa do
afogamento de Fran. Ela era uma exímia nadadora e não poderia ter se afogado
como uma leiga. Uma água-viva pode ter a picado e levado seu corpo ao torpor do
veneno.
O fascínio pelas
águas-vivas brota no coração de Su numa visita ao aquário da cidade e uma
caçada incansável sobre tudo sobre aqueles seres que sobreviverem as mais
terríveis catástrofes naturais e segundo os especialistas é a maior população
de seres vivos do ecossistema e podem a qualquer momento extinguir diversos
seres aquáticos e até nós, seres humanos.
“É só decidir não
encher o mundo de palavras se não for necessário. É o oposto da fala-contínua,
que é o que eu costumava fazer, e é melhor do que o falar-à-toa, que é o que as
pessoas queriam que eu fizesse.”
Seus pais preocupados
começam a leva-la para sessões regulares com a psicóloga – vulgo Dr. Pernas –
para saberem o motivo que Suzy não pronunciara mais nenhuma palavra depois do
enterro de sua amiga.
“Águas-vivas são
sobreviventes. Elas sobreviveram a tudo o que já aconteceu com todos os outros
seres.”
Tomada pela fé de que
tinha a resposta da causa da morte de sua amiga, esperança de se livrar de uma
culpa não existencial e a chance de ser outra pessoa levam Suzy a fazer
loucuras sem as pessoas desconfiarem, porém o juízo de uma criança de 12 anos
pode leva-la a decisões insanas e causar o caos.
Suzy é uma jovem com
transtorno de Hiperatividade, mas como você sabe Jo? Ela tem todos os traços de
uma pessoa portadora disso. Tenho TDAH e sei identificar sem erros, porque ela
adora falar muito e sente a necessidade de fazer coisas produtivas a todo o
momento. Ela gosta de ciências e é apaixonada pelo novo e por isso sente-se mal
quando sua amiga simplesmente a ver como uma “aberração” e que não consegue crescer...
Como se ter 12 anos é ser adulto rsrs.
Franny é doce,
divertida e amável. Nadadora com honras, inteligente e compreensível com Su,
porém como a adolescência nunca foi uma fase fácil para ninguém, ela cai na
cilada de se anular para ser aceita por um “grupinho” e ainda tenta incluir
Suzy, porém como sua amiga não tem vontade alguma em interagir com meninas
precoces e que somente falam de meninos
e maquiagens, ela deixa Su sozinha, porém não pensa que ser amigo é aceitar o
outro como ela é e não força-la a ser algo diferente para aceitação alheia.
O irmão de Suzy, Aaron,
que é super compreensível, amigo e companheiro. Ele diverte a irmã com suas
histórias engraçadas e com a presença do seu namorado Rocco na sua antiga casa.
A mãe de Su é um tanto
dramática e preocupada demais com a filha. O pai é separado e por isso apenas
ver a filha nos finais de semana, mas é atencioso e mais maleável com sua
“princesa”.
“— Déficit de atenção.
Se eu não tomar o remédio, meu cérebro fica doido.”
O destaque de
personagem vai para o Justin que é visto como menino maluquinho na escola por
suas esquisitices e falta de atenção. Aqui faço um apelo: Não julgue qualquer
criança, porque ela é aleatória, não parece ter concentração, agitada demais ou
desleixada demais. Isso pode ser sinal de problemas na aprendizagem. Justin tem
Transtorno de Déficit de Atenção – eu tenho – e não consegue se concentrar como
as outras crianças. Ele toma remédio e faz terapia para ter maior controle sob
sua atenção.
Gostei muito do modo
como esse livro é construído, porque parece – aparentemente – voltado para
crianças e adolescentes, mas não realidade, é para todos, porque fala sobre se
relacionar e aceitar-se como somos e principalmente nossa dificuldade em
procurar entender o próximo.
Franny tem dislexia.
Ela olhava o número 5 como um “S” e vice-versa, assim como não conseguia
pronunciar algumas palavras e tinha dificuldade em matemática por raciocinar de
outra forma. Su tem Hiperatividade e Justin, TDA. Agora pergunto para vocês:
Sabem lidar com pessoas que possuem essas dificuldades de aprendizagens? Já
pararam para pesquisar sobre elas?
“[...] adultos são como
todo mundo; eles não querem que você diga de fato o que está pensando.”
Lendo essa resenha
tenho certeza que perceberam que tiveram contatos com crianças ou adultos com
características desses três personagens e quantas vezes eles foram julgados
como inaptos para algo? Eu mesma fui várias vezes disciplinadas por acharem que
era “birra” ou “má criação”. Fui diagnosticada com TDAH e com 19 anos com
Transtorno de Ansiedade e aprendi a me aceitar e ajudo os outros a entenderem
meus dilemas. Julgar é fácil e se esconder é covardia, e por isso me
identifiquei com uma obra sensível e informativa que alerta que exigimos demais
de nós e dos outros.
O livro é narrado em
primeira pessoa, por Suzy e cada capítulo é iniciado com os conceitos que
envolvem a pesquisa científica, como objetivos, metodologia, justificativa e
afim que é inspirado no trabalho que a professora Turdon pediu a classe. Essa
professora lembra o incrível professor de Auggie em Extraordinário.
Suzy
e as águas-vivas é sensibilidade, emoção, informação e
choque de realidade. É um livro escrito com o coração e o objetivo de marcar os
leitores.
“Quando você precisar
comunicar algo importante, fale a sua verdade cara a cara.”
Olá!
ResponderExcluirAinda não li esse livro, mas percebo que ele tem uma mensagem importante. Que bom que você curtiu a leitura, espero ler o mais rápido possível.
Olá
ResponderExcluirEu sempre tive curiosidade em ler essa obra desde que a mesma foi divulgada aqui no Brasil. Mas até o momento não consegui fazer a leitura do mesmo. Tenho certeza que irei me apaixonar assim como todos que vi resenha. Adorei poder conferir a sua e até mais ver
Bjs
Heiii, tudo bem?
ResponderExcluirEu li esse livro depois mta gente ter amado e recomendado e que bom que eu nao errei.
Acho a capa linda e Suzy é uma jovem mto especial mesmo, fiquei com o coração na mão por ela varias vezes.
COm certeza um livro lindo.
Beijos.
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Olá! Essa história parece ser um incrível aprendizado, realmente. Nós, no dia a dia não paramos para pesquisar sobre esses problemas, não olhamos para o outro com olhos bons que expressem "você precisa de ajuda?", não sabemos escutar o outro tem para nos dizer. Grande erro. É muito bom saber que existem pessoas que ainda se preocupam com isso e produzem essas obra incríveis para nós conscientizar. Abraços, Lara. Psiu, Vem Ler!
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas pela sua resenha a história parece ser bem interessante, vou anotar a dica. Gosto de livros que nos marcam.
ResponderExcluirBjs
Suka
http://www.suka-p.blogspot.com.br
Olá!Tudo bem?
ResponderExcluiré muito dificil achar livros que abordam esses problemas.Eu li um que era sobre Autismo e poucas pessoas tinham lido ele.
É de grande importância ter livros sobre isso,nós faz entender mais e julgar menos.
Gostei do livro,parece muito interessante.
bjs