[Review] Fratura - Netflix

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Título Original: Fractured
Título em Português: Fratura
Direção: Brad Anderson
Gênero:Thriller Psicológico
Ano: 2019
Duração: 130 min
Elenco: Sam Worthington, Lily Rabe, 
Stephen Tobolowsky, Lucy Capri, Dennis Scullard, 

Sinopse:
Sua mulher e a filha desapareceram de um pronto-socorro. Convencido de que o hospital está escondendo algo, ele parte numa busca desesperada para encontrá-las.
Fratura é um thriller psicológico que surpreende o telespectador com um enredo carregado de duplicidade, ambiguidade e um personagem caótico e confuso.

Ray está viajando com sua família no dia de ação de graça. Sua esposa Joanne e sua filha Peri são suas companheiras constantes em sua vida. Elas são tudo para ele, mas seu casamento anda abalado por sua mudança de comportamento. Sua esposa deixa evidente que sua doçura e tranquilidade foram retirados dele e isso tem tornado o convívio difícil e insuportável.

Durante a longa viagem de sua casa para as casas de seus parentes, a pequena Peri reclama que precisa ir no banheiro. Seus pais tentam argumentar que aguente mais um pouco, entretanto a criança diz que não consegue. Eles param num posto de gasolina e as meninas vão ao toalete. Voltando do mesmo e adentrando o carro, a pequena peri diz que não encontra seu espelho favorito. A mãe vai olhar no banheiro e o pai olhar se não caiu dentro do veículo.

Enquanto procurava pelo objeto querido da filha, a menina olha um balão colorido e vai até ele. Nisso um cachorro do mato se aproxima e acua Peri. O pai olha e tenta ajudá-la, mas a menina cai numa vala e seu pai se joga para tentar pega-la, entretanto ambos se machucam, porém o estado da garota é delicado e os pais vão até um hospital naquela cidade estranha e pacata.
Chegando no hospital percebemos um caos montado, porque o lugar está lotado e todos reclamam de demora no atendimento. Ray tenta pedir auxílio para a filha, mas é mandado para a espera junto com outros pacientes. Após uma longa espera, a filha é atendida e posteriormente é mandada para fazer uma tomografia no cérebro. Aqui começa realmente o filme, porque a mãe e a filha não voltam mais desse exame.

Horas se passam e nada de Joanne e Peri. Ray busca informação e dizem que o exame demora, entretanto outro turno se inicia e ele começa novamente seu interrogatório sobre a demora do exame, porém para sua surpresa os atendentes comunicam que não existe nenhuma paciente com o nome de sua filha. Seu mundo começa a ruir, seu trágico passado começa a se repetir e se inicia aqui a caçada mais importante de sua vida: Descobrir o paradeiro de sua esposa e filha.
O fluxo do filme é eletrizante e impossível de ser pausado ou causar sono. A jornada de Ray é psicótica e dolorosa, porque ele é julgado como louco, porque para o hospital nunca existiu alguma paciente chamada Peri e ele tem que provar que estão errados.

Ray é um personagem claramente perturbado. Isso é colocado em evidência logo no começo do filme quando sua esposa fala sobre seu passado, na qual perdera a primeira esposa e o filho ainda na barriga da mãe e tudo isso porque ele estava sendo imprudente no trânsito. Ele mudara após isso e torna-se mais atento e precavido em tudo. Ele controlava suas atitudes com afinco e isso causava conflitos em seu casamento e seu relacionamento com Peri. Entretanto, quando somos colocados diante sua causa em encontrar sua família notamos que seu amor por ela é incondicional e cada vez que ele se depara com um não, nos tornamos mais próximos de sua dor.

Tudo no filme é bem colocado e usado. A falta de expressividade do personagem diante inúmeras situações pode causar certo desconforto nos telespectadores que estão acostumados com personagens reativos e tardados ao roupantes de grandes emoções, mas o uso de pouca expressão é justificado por ser extremamente racional diante a situação. Ele não permite ser manipulado ou levado pelas respostas dos outros.

A cidade e o hospital lembram bem aqueles lugares pequenos, mas cheios de segredos e é isso que corrobora para que Ray saiba que estão mentindo para ele e escondendo sua família por algum motivo macabro.
O desfecho da obra é completamente inesperada - para quem pouco assiste esse gênero - e causa uma dualidade profunda e dolorosa nos telespectadores. O Gran Finale é um soco direto no estômago de quem estava acompanhado esse drama. O final é uma viagem psicodélica e sufocante para nós.

Fratura é mais do que um filme. É uma viagem dualística e psicológica pela mente humana se confundindo entre realidade e fantasia.

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