[Resenha] A Mulher na Janela - A.J.Finn

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Sinopse:
Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. "A Mulher Na Janela" é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock.
Enredo:

Anna Fox é uma psicóloga infantil que trabalha com traumas decorrido dos mais diversos fatores. Era uma profissional de renome e muito famosa. Tinha uma vida tranquila ao lado de seu esposo Ed e sua filha Emy, mas tudo muda quando um trauma enorme recai sob sua vida e vive isolada dentro de sua própria casa, pois sobre de Agorafobia.

A dra.Fox passa todos seus dias em sua residência e não sai para qualquer lugar. Sua família está longe de casa, pois seu marido pediu o divórcio e com sua problemática atual é melhor que estejam longe. Ela fala com eles diariamente através do celular.

"[...]Mas não vou fazer isso. Bisbilhotar é como fotografar a natureza: a gente não interfere no que está vendo." p.10

Sua rotina se resume a entrar no site Ágora, na qual encontra pessoas com tem o mesmo ou transtornos semelhantes ao seu e lá ela ajuda com orientação médica, já que é psiquiatra. Seu outro "hobby" é bisbilhotar seus vizinhos através de suas janelas com sua câmera Nikon.

Ela sabe muito do que eles fazem. Alguns acontecimentos por suas observações fotográficas e outras pela internet. A gigante casa a sua frente foi comprada por quatro milhões e acomoda atualmente os Russels. A família é composta pelo pai Allaister, a mãe Jane o adorável filho deles Ethan.

Anna se interessa muito por eles, pois projeta sua família neles. O jovem Ethan é o primeiro a fazer contato com ela e traz um presente da mãe para ela. Adoráveis! ela imagina, porque além dele ela só recebe visita de seu psiquiatra e sua fisioterapeuta.

Numa tarde pacata, a casa da Dra.Fox recebe a visita da Sra. Jane Russell que se mostra muito jovem para ser mãe de um adolescente, mas ambas se dão bem e depois disso a visitante se vai e é a última vez que Anna a ver, porque a próxima é a sua própria morte em sua residência.

A dra. Fox chama a polícia após olhar Jane ser esfaqueada em sua sala, mas a polícia afirma que nada aconteceu e pior a mulher que adentra a sua casa após a confusão juntamente com Allaister e Ethan e diz ser Jane, é uma desconhecida para ela.

O que será que estava acontecendo? Uma mentira bem descarada? Alucinações de uma usuária de psicóticos ?

Personagens:

"[...] Não sou invisível. Não morri. Estou viva para o mundo, à vista dele, e morrendo de vergonha." p.73
Anna Fox é a nossa narradora nessa história. É uma personagem não confiável, pois muito que conta pode ser distorcido já que está sob efeito de remédios fortes e uma carga enorme de álcool,porque ela bebe constantemente. Entretanto, ela é uma mulher que passou por muitos contratempos e está da forma atual devido muitas perdas e péssimas escolhas. Mesmo longe do seu normal, ela ainda tem uma lucidez admirável, uma coragem desenfreada e uma capacidade de dedução e eliminação invejável.

Jane Russell é uma personagem que pouco sabemos dela. É a esposa de Allaister  e a mãe adorável de Ethan. O que sabemos dela é pelo filho que diz que é controladora e tem um caso com outra pessoa. É a "vítima" do crime que Anna jura ter visto e o ponto central de todos os acontecimentos.

Allaister Russell é um pai segundo observamos ser controlador e agressivo. Suas aparições durante o livro sempre são tempestuosas e ameaçadoras. Sua repulsa pela sua vizinha é clara, porque para ele Anna é apenas uma bisbilhoteira e louca(seria mentira isso???).

Ethan  Russell é um adolescente de dezesseis anos que tem pouqíssimos amigos e deixa isso claro para a Dra.Fox em suas visitas a ela. Ele não gosta de ter sido forçado a vim de Boston para Nova Yor. Ele normalmente sempre chora em seus encontros com ela e desperta um sentimento de proteção nela.

Ed Fox é o marido de Anna. Pelo que captamos, ele deseja profundamente o divórcio. Os motivos? Desconhecidos até vocês lerem, porque são parte essencial de todo o desfecho dessa história. Ele cuida da filha e se preocupa verdadeiramente com a esposa.

Desenvolvimento:

A história é contada pela Anna e por isso descobrimos as coisas gradualmente. A mente dela é um caos total e por isso em alguns momentos temos que refletir sobre o que é verdade do que é supostamente realidade para ela.

Os acontecimentos também seguem uma linha bem delimitada, já que o autor dosa bem o uso do plot twist nesse contexto. O essencial não é saber se o assassinato é real ou não, mas sabe até que ponto a nossa narradora é confiável em suas descrições de pessoas e eventos que ocorrem.
" - Não é paranoia se está realmente acontecendo." p. 208
Observar a todos pelas janelas é algo bem peculiar, porque olhamos uma parte e não uma totalidade do que vemos. Anna aprende isso constantemente quando é confrontada pelos Russell que querem ela longe de sua casa e dos policiais que acham que ela ficaria bem numa clínica psiquiátrica.

Quando a verdade vem a torna não esperamos pelo que ocorre. Criamos e destruímos tantas teorias que quando o final descortina em nossa frente, apenas sentamos e ficamos refletindo como não vimos aquilo e aqui mora  a principal característica do escritor: seu desfecho é como o abrir, o fechar e o meio a meio de uma cortina. Ele escancara as persianas quando quer mostrar claramente uma evidência óbvia, fecha a cortina quando algo ainda não precisa ser descoberto e deixa as persianas com uma pequena fresta quando Anna está perto de saber o que está mesmo ocorrendo.

Essa analogia é bem atual, porque Anna usa muito a internet, mas pouco sabe que pode também ser vigiada pelos outros. No século XXI achamos que apenas famosos merecem ser vigiados e receberem os holofotes, mas assim como as casas norte-americanas são fáceis de serem invadidas, nossa privacidade também é invadida constantemente e nem sabemos.

Parte Física da obra:

A capa do livro é realmente similar ao conteúdo do livro e por isso gosto demais dela. Ela me lembra a mania da Anna em espiar enquanto deveria se afastar da vida de pessoas que ela não conhece.
As folhas do livro são amareladas e com fonte confortável. O enredo é dividido em cem capítulos bem curtos que no máximo tem seis páginas.

Final:

O Grand Finale se revela constrangedor para os leitores, porque ninguém com certeza seguiria pelo rumo que o autor seguiu, porque não tem nada de óbvio e por isso é chocante para Anna quando isso sobe a superfície.

O final demonstra que acreditamos muito em um conjunto de ações que montam um comportamento tolerável, aceitável e esperável e isso pode ser a ruína para uma pessoa comum e um extâse para mentes perversas.

A Mulher na Janela vai estrear nos cinemas em maio e tem Amy Adams como Anna Fox e não esperamos nada mais que tensão, asfixia e um plot twist de tirar o fôlego.  

Título: A Mulher na Janela
Autor: A.J.Finn
Editora: Arqueiro
Ano: 2018
N°de Páginas: 352
Onde comprar: Amazon

Sinopse:
Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. "A Mulher Na Janela" é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock.







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