Título:
O
Fim de Todos Nós
Autora:
Megan
Crewe
Editora:
Intrínseca
Ano:
2012
N°de
páginas: 270
Sinopse:
Tudo tem início com uma coceira insistente. Então vêm a febre e comichão na garganta. Dias depois, você está contando seus segredos mais constrangedores por aí e conversando intimamente com qualquer desconhecido. Mais um pouco e começam as alucinações paranoicas. Então você morre. A ilha onde mora Kaelyn, uma garota de 16 anos, foi sitiada e ninguém pode entrar nem sair: um vírus letal e não identificado se espalha entre os habitantes. Jovens, velhos, crianças — ninguém está a salvo, e a lista de óbitos não para de aumentar. Entre os sintomas da doença misteriosa está a perda das inibições sociais. Os infectados agem sem pudor, falam o que vem à mente e não hesitam em contaminar outras pessoas. A quarentena imposta pelo governo dificulta as pesquisas que trariam a cura, suprimentos e remédios não chegam em quantidade suficiente e quem ainda não foi infectado precisa lutar por água, energia e alimento. Nem todos, porém, assistem impassíveis ao colapso da ilha. Kaelyn é uma dessas pessoas. Enquanto o vírus leva seus amigos e familiares, ela insiste em acreditar que haverá uma salvação. Afinal, o que será dela e de todos se não houver?
Uma passada rápida na
livraria e O Fim de Todos Nós venho
fazer parte da minha coleção e que escolha certa eu fiz ao compra-lo. Quem
adora leitura, sabe como é difícil resistir à uma comprinha, principalmente
quando os livros estão em promoção. Olhei o livro e a capa me chamou para
leva-lo. Peguei e o comprei.
Uma leitura rápida e
fluída cheia de emoções dos personagens que se confundem constantemente com
nossos sentimentos comuns e simples da vida. A história não permite que nos desliguemos
nos personagens mesmo após o fim do livro. Até agora meu coração está apertado
e preocupado com Kaelyn e seus amigos. Parece que me tornei alguma conhecida
dela e de sua família.
O
fim de todos nós conta a história de Kaelyn que retornou a
sua cidade natal após uma temporada fora dela. O livro é contado por ela, pois
trata-se de um diário pessoal da personagem. Nesse diário sabemos o que ocorreu
com a ilha da sua cidade natal após a sua chegada que foi atacada por um vírus
que deixa as pessoas fora de si. Não é um vírus como na série The Walking Dead onde o mesmo transforma
as pessoas em zumbis após terem uma morte cerebral. Aqui as pessoas são
acometidas por tosses fortes, comichão na garganta e febre alta, após essa fase
são metralhadoras sociais. Falam com desconhecidos e familiares dizendo todos
seus segredos e suas opiniões sobre as pessoas. Magoam as pessoas e nem
percebem. Seus filtros sociais foram danificados e após isso chegam a fase
final, tendo alucinações e são sucumbidos pela Morte.
“ É isso que fazemos. Preparamos chá, lemos livros e vemos as pessoas
morrerem. ”
A cidade fora sitiada
pelo Governo, pois a ilha tornou-se perigosa para a saúde do continente. Paralelo
a isso temos conflitos pessoais e familiares se desenrolando diante as palavras
de Kaelyn. Ela é uma adolescente de 16 anos que se martiriza por não ter feito
as pazes com seu amigo Leo. Percebemos que ela gostava dele além da amizade,
mas nunca tivera coragem de contar sobre seus sentimentos por ele. Só quando as
mortes aumentam é que ela afirma em seu diário que era apaixonada por ele.
Aqui, eu digo que detestei esse Leo mesmo sem conhece-lo. Ele parece ser
indiferente a tudo que aconteceu com eles. Como que em 2 anos, ele NUNCA tentou
reatar a amizade depois que ela fora morar em Toronto? Como um amigo acerta tão
bem o rompimento de uma amizade de 10 anos sem nem insistir na trégua? Não me
interessa os motivos dele, mas será o mínimo a se fazer. Kae pode ser teimosa e
bem antissocial, mas amava Leo de verdade e percebemos isso com suas confissões
diária, mas Leo é um idiota e ponto final.
A narrativa é feita
através os dias. Começa no dia 2 de setembro e termina no dia 23 de dezembro.
Tudo que conhecemos sobre os personagens é através de Kaelyn. Seu diário traz
vários dramas familiares, como as brigas constantes entre sua mãe e seu tio
Emmett que tem um gênio bem complicado de se lidar. Os desentendimentos de seu
pai com seu irmão Drew que assumira sua homossexualidade quando foram morar em
Toronto. Eles simplesmente se ignoram e seu irmão sempre provocar seu pai. Esse
por vez desconta sua raiva e preconceito em suas pesquisas de microbiologia.
“ Mas ele age como se ter um filho que sente atração por um homem fosse
algo tão inconcebível que ele não consegue sequer admitir a ideia. ”
Kaelyn é uma jovem com
dilemas pessoais. É a estranha na escola. Cheia de manias e hobbies diferentes
dos seus colegas de classe. Ela adora observar animais e conhecem os animais
como ninguém. Parece que não se encaixa em nada. Suas únicas amigas são
Mackenzie e Rachel. São amigas até o vírus aparecer e destruir todos os
relacionamentos. Mackenzie morre devido a infecção. Pessoas começam a morrer e
Kae é tomada pelo medo. Será que sua Família sobreviverá a essa peste? E será
que ela verá Leo novamente?
“ É muito legal que você esteja se envolvendo, Kae. Tive certo medo de
que você ficasse tão nervosa que acabasse enfiada no quarto deixando as coisas
acontecerem. Acho que você é mais corajosa do que imaginei. ”
A propagação do vírus é
rápida. Seu pai torna-se o líder do Hospital da cidade já que é microbiologista
e descobrimos que ele já sabia desse vírus, mas esperou que ele se manifestasse
para que pudesse estuda-lo. Um erro que faz Kaelyn odiá-lo. Muitas pessoas
morrem. A perda foi imensa e a cidade a cada dia parece mais com um caos do que
com aquela tranquilidade de 2 meses atrás.
“
A natureza não tem sentimento ou moral; ”
Crescemos muito com os
acontecimentos que são apresentados à nós. A ilha onde Kaelyn mora é composta
por pessoas brancas e de olhos claros. Ela é morena e seu amigo Leo era adotado
e coreano. Eram os Diferentes do lugar e sofreram racismo em sua cidade natal.
Somos convidados aqui a pensar em nossos preconceitos idiotas e a segregação
racial. Todos olhavam para eles, como fossem extraterrestres e não seres
humanos normais. Além disso vem as escolhas pessoais deles. Kaelyn adora
observar os animais e pouco é sociável e Leo adora dança. Vai para Nova York
para ser um dançarino de sucesso. O Bullying
aqui é discutido e levado ao patamar de inaceitável e isso foi muito bom,
porque sofri muito e até sofro com preconceitos devido meu jeito menos sociável
e observador.
“ Não é só com as pessoas doentes que você deve se preocupar. Você está
segura comigo, com minha mãe, meu pai e Drew. Não deve confiar em mais ninguém.
”
Aqui são os adolescentes
que lideram a restauração de sua cidade. Conhecemos outros personagens que são
secundários, mas simplesmente maravilhosos, como Meredith filha do Tio Emmett
que fora abandonada pela sua mãe quando era um pouco mais nova e se apegara ao
seu pai. O triste disso tudo é que ela também perde seu pai numa briga que
aconteceu no cais da cidade, após um carregamento de alimentos e remédios
chegar do continente ao local sitiado. Também a Tessa, a namorada de Leo. A
menina que Kae tinha uma certa antipatia, mas que no fim tornaram-se amigas e
tem o Gav. Como não amar o Gav? Ele é um jovem forte, corajoso e generoso.
Sobrevivente do caos que a cidade está passando e se une a Kaelyn de uma forma
tão doce e suave que não tem como não admirar o amor que aparece entre eles.
“Estávamos de pé em frente ao carro quando ele me beijou de novo, e eu
retribui. E fiquei feliz. Exultante. Como há nem sei quanto tempo não me
sentia. ”
As perdas de Kae são
imensas, mas as lições vieram. Mortes acontecem todo o dia, mas como Dave diz
em The Walking Dead: “ Não importa o que aconteça, nunca esqueça sua
humanidade. ” Palavras sábias que são bem claras no livro. Pessoas começam a
enlouquecer com a doença e os que estão sãos querem se salvar e salvarem seus
familiares a todo custo mesmo que isso envolva matar os doentes ou saquear
lojas e casas pela cidade. Em tempos ruins, as pessoas perdem o bom senso e
tornam-se monstros.
“ Quem dera fosse tão fácil entender as pessoas quanto é com os animais.
Você faz um agrado em um cachorro e ele fica feliz. [...]Uma clara relação de
causa e efeito. ”
O final é aquele Grand Finale que ninguém esperava. A
história não termina do jeito que imaginamos. Ele simplesmente se encerra do
jeito que deveria ser. A Esperança nunca morre e o Amor tudo pode. Sem ele a
cidade não podia ser restaurada pelos sobreviventes, mesmo que esses não sejam
nossos familiares.
“ Jamais quero que Gav se sinta como eu me senti, atraído para o
penhasco, culpando-se por não conseguir salvar o mundo. ”
Esse livro me lembrou muito O Pacto do Joe Hill. Só que nesse livro, o carinha lá de chifres que faz todos contarem seus segredos.
ResponderExcluirAinda não tinha ouvido falar nesse livro e curti muito sua resenha. Fiquei bem interessada.
Beijos
http://balaiodebabados.blogspot.com.br/
Luiza, muito obrigada!
ExcluirO livro é sensacional, porque aprendemos muito com os acontecimentos na cidade e na vida de Kae e acabamos nos envolvendo com tudo e torcendo por um final feliz.
Esse é o primeiro de uma trilogia da autora.
Beijos
Olááá!
ResponderExcluirPor que será que ainda não li este livro? Percebi que estou perdendo tempooooo. Adorei a premissa do livro. E estou com ele há um tempão na estante. Vou tentar ler o mais rápido possível.
beijoooooo!
Ana, corre para ler.
ExcluirO livro é muito bom e é o começo de uma trilogia que pelo jeito vai conquistar todos que lerem com atenção e tensão os últimos acontecimentos nessa ilha que esconde muitos segredos.
Beijos!